Acaricio o branco
cheiro a campo
Sorriso lunar
Claras envoltas
nas rimas intermitentes
deste fim de tarde sonante de prazeres e amores
por isso....
invisto-me no arco-iris
que invento
nos segredos
nos odores
nos sabores
nas imagens
...
Acaricio o branco
cheiro a campo
Mar
(...)
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
(...)
Eugénio de Andrade - Pequena Elegia de Setembro
o pombo correio voou arco-iris inconscientemente
no espaço aberto
fechado
em asas incandescentes
salpicou os ares
revestiu abraços de nuvens
em ténues rosas, azuis, violetas
revestiu novamente abraços em rosas
abraços em azuis
e
caiu
no
mar
debruçou
foi envolvido e disse:
... esfuma-me.... envolve-me.... ensopa-me...
Mar
A Maria Papoila lançou-me esta corda de solidariedade, que eu recupero para, tal como ela, e nunca é demais, sublinhar que as crianças têm direitos.
Assim estendo a mão à Unicef, que continua a espalhar a mensagem (trabalhando em conformidade) de Saúde, Educação, Igualdade e Protecção para todas as crianças, descrita detalhadamente na Convenção dos direitos da criança (CDC), documento que as Nações Unidas adoptaram por unanimidade em 20 de Novembro de 1989, e que enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais – os direitos civis e políticos, e também os direitos económicos, sociais e culturais – de todas as crianças, bem como as respectivas disposições para que sejam aplicados.
(...)
Leva-me ao teu sopro, éter divino,
Porque me queima a sede das alturas
E o meu amor se oferece sem limite;
E és tu que abres as asas aos condores,
És tu que ergues os astros ao zénite.
Toma-me nas tuas mãos de sagitário,
Faze de mim o arco retesado
Pelo teu braço e a tua força inquieta,
Pois, quando o meu desejo atinge o alvo,
És tu o impulso que dispara a seta.
(...)
Jaime Cortesão
Este sempre será
O nosso amanhecer.
E a nossa perseverança
é como a da erva daninha
que lentamente
desponta na pedra nua.
João Armando Artur
Semeado por Maria Papoila. Um beijo.
Desperto com a melodia da cotovia
a baloiçar no peitoril da janela.
Abro a vidraça de par em par
e inspiro o ar da brisa matinal.
Desponta a aurora em cor e luz,
o sol acorda e a flor sorri...
Ouço o canto do vento
bailando ao som da água corrente.
Numa explosão de sentimentos
redescubro a beleza do amanhecer!
Obrigado Isa pela gentileza de semear tão linda poesia
Estou entre os muros do jardim. De um jardim a outro, desço os caminhos com pressa de sair da noite. A minha própria vida começa dentro destes muros. É breve o ardor rendendo à calma o seu esplendor. Ninguém me quer. Vê. Aproxima-se o plano de um sonho. Sou memória de uma manhã em que a chuva foi miragem. Contudo, podes dizer à Primavera que ficar é sinal de alegria.
Mar
Encontra-se sempre no fundo uma tarde,
em que nos dispomos a tudo reviver:
um minuto, um Sol, uma frase,
ou instante em que tudo transcendeu,
e onde se espera calado,
o momento de ouvir...
Vale então cada palavra
pelo som inesperado que nela soa!
Cada palavra dita, acorda outra palavra parada,
para além do Mundo dos outros…
Circular, envolve o desejo…
Talvez a verdade, se inventada,
esteja nas próprias palavras…
A Vida e a Poesia são afinal, um modo de as ler!
Obrigado pela poesia Maria
Para ti, as papoilas com carinho.
Trago dentro de mim um mar imenso
feito de vagas tristes
e sonhos vagos
o horizonte é uma manhã
que eu quis minha para ser eu
e para porto de abrigo escolhi uma tarde
que soubesse chorar a morte do sol
José Rui Teixeira (1974)
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